sexta-feira, 1 de novembro de 2013

MATERIAL DA PALESTRA COM OS PROFESSORES - AGOSTO 2013

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL – NEE - BEBERIBE Mª das graças R. nunes Professora - UVA Psicopedagoga - UVA Atendimento Educacional Especializado – AEE –UFC Inclusão de aluno com deficiência na sala de aula regular Beberibe – Ce/ 2013 Uma síntese de: Deficiência Física Deficiência Intelectual Autismo Deficiência Visual Deficiência auditiva – Pessoa Surda Surdocegueira Deficiência Múltipla O que é inclusão? Referências “Já que não tenho o dom de modificar uma pessoa, vou modifica aquilo que posso; O meu jeito de olhar para ela. Deixe que Deus fale ao seu coração , para que você saiba o que realmente deve fazer em sua vida. Sabe para que o artista faz a sua arte ? Para eternizar um momento que ele não quer mais esquecer." Pe.Fábio de Melo DEFICIÊNCIA FÍSICA Tipos de deficiência física - deficiência física e a inclusão Pessoas com perda total ou parcial da capacidade motora ocasionada por acidentes diversos e/ou lesão cerebral. Pode-se entender a deficiência física em 5 categorias: Monoplegia: paralisia em apenas um membro do corpo Hemiplegia: paralisia total das funções de um dos lados do corpo Paraplegia: paralisia da cintura para baixo comprometendo as funções das pernas Tetraplegia: paralisia do pescoço para baixo comprometendo as funções dos braços e das pernas Amputação: quando há falta total ou parcial de um ou mais membros do corpo Observação: O termo PARALISIA CEREBRAL serve para designar um grupo de limitações psico-motoras resultantes de uma lesão no sistema nervoso central. A paralisia cerebral oferece diferentes níveis de comprometimento dependendo da área de lesão cerebral. Principais causas das deficiências físicas: • Anoxia (é caracterizada pela falta de oxigênio no cérebro); • Acidentes de trabalho: devido principalmente à falta de condições de trabalho, à negligência dos trabalhadores quanto ao uso de equipamentos adequados e etc.; • Erros médicos: embora de difícil constatação e comprovação, erros médicos podem levar pessoas a usar cadeiras de rodas ou outro tipo de equipamento; • Paralisia infantil: apesar das campanhas de vacinação diminuírem sensivelmente este tipo de doença; • Violência urbana: tiros, facadas e o uso de outras armas têm deixado muitas pessoas deficientes físicas; • Desnutrição (fome): quando ocorre na infância ou em períodos de gestação, as crianças não têm condições de desenvolver uma série de músculos, comprometendo de forma definitiva movimentos como o andar. Deficiência física e acessibilidade escolar. • Quebra de barreiras arquitetônicas na entrada da escola; • Alargamento das portas da sala para cadeirantes; • Adaptação de material didático (caso tenha dificuldade motora); • Ao conversar com um deficiente físico, principalmente se este usar cadeira de rodas, se alongar um pouco, procure sentar. É incômodo ficar olhando para cima. O Atendimento Educacional Especializado na Deficiência Física: Formação de redes e atribuições dos parceiros Geisa Letícia Bock1 Rita Bersch2 Este texto deseja propor uma reflexão a respeito do trabalho do Atendimento Educacional Especializado – AEE, na sala de recursos multifuncional, e o estabelecimento de uma rede de parcerias que contribua para uma compreensão e intervenção aprofundadas para a resolução de barreiras enfrentadas pelos alunos com deficiência física, na perspectiva da educação inclusiva. Para dar início a esta reflexão podemos afirmar que a atribuição maior do AEE é a de identificar os obstáculos que impedem ou limitam o aluno de participar e de se desafiar para alcançar os objetivos educacionais propostos pela escola e, por fim, construir as condições necessárias para a superação destes obstáculos. Esta é uma pretensão e tanto e certamente o professor do AEE poderá sentir-se solitário e com necessidade de conhecimentos e parcerias complementares. Garantir as condições de acessibilidade é uma parte importante do processo de inclusão dos alunos com deficiência e, neste empenho, estão envolvidos o próprio aluno, seus familiares, os gestores das redes de educação, os gestores e professores da escola comum, além de outros profissionais que poderão contribuir com informações, conhecimentos e experiências que venham subsidiar e qualificar o atendimento ao aluno. Devemos destacar também que o AEE tem por atribuição a Educação para a Autonomia e isto significa muito mais do que dar acesso e ajudar o aluno com deficiência a desempenhar de forma mais independente possível às várias tarefas do cotidiano escolar. Podemos dizer que a autonomia diz respeito a gerenciar a própria vida. A autonomia nos faz tomar decisões para nós mesmos, sempre lembrando que estamos em relação com os outros. Durante nosso percurso de vida, desde que nascemos até a velhice, vivenciamos diferentes níveis de autonomia. Temos consciência que nossas decisões repercutem no meio em que vivemos e sobre aqueles que estão conosco. Mesmo quando dependemos de cuidados, por situação de saúde, por exemplo, podemos nos posicionar se e quando queremos este apoio, por quem e como queremos ser ajudados. Podemos ser dependentes e ao mesmo tempo autônomos. A autonomia é conquistada e não é uma qualidade frequentemente observada nas pessoas com deficiência. Muitos são os que pensam e decidem por essas pessoas, muitos são aqueles que definem o que é melhor e como elas devem agir. O conhecimento de profissionais especializados no campo da saúde ou educação das pessoas com deficiência frequentemente classifica, padroniza intervenções, determinam prognósticos e muitas vezes desconsidera, neste processo, o sujeito para o qual deveria servir. Os livros não trazem o conhecimento que é próprio do sujeito que será atendido no AEE: de como ele se sente diante das barreiras que encontra e que limitam sua participação e inclusão; de como já consegue superá-las por conta do desenvolvimento de estratégias pessoais, criadas pela necessidade; das dificuldades e habilidades reais que percebe em si, no seu dia a dia; das prioridades que deseja estabelecer para si, porque fazem sentido e porque pretende perseguir em seu processo educacional. Seremos capazes de construir os objetivos educacionais do plano de AEE escutando inicialmente o aluno? Conseguiremos apoiá-lo a fim de que desenvolva a habilidade de manifestar com clareza quais são as barreiras que prioritariamente ele deseja superar? Quando o aluno não fala, seremos capazes de observá-lo no contexto escolar e entender suas linguagens alternativas, como a manifestação de desconforto em determinadas situações, expressões faciais e corporais, gestos, sons? Saberemos perguntar a ele o que está bem e o que pretende melhorar e aguardar sua resposta, mesmo que ela não se articule da forma tradicional com as palavras SIM e NÃO? Antes de discutir a importância do trabalho interdisciplinar e da formação de uma rede de inteligências para a resolução de problemas, no AEE, precisaremos garantir que todo o trabalho de equipe sirva a uma pretensão real do nosso aluno. Desta forma, estaremos educando-o para a autonomia. Ele será o ator principal de suas ações, mesmo que necessite de apoio de recursos ou de outras pessoas. Num processo de avaliação, o professor do AEE realizará uma observação atenta da realidade vivenciada pelo aluno com deficiência. O próprio aluno o ajudará a identificar as reais barreiras que enfrenta no cotidiano escolar. Diante do “caso real”, o professor do AEE irá identificar aquilo que conhece e que poderá ser uma ajuda importante para resolução dos problemas que se apresentam e também deverá identificar aquilo que não conhece e precisa aprofundar a partir de estudos ou talvez contatos com outros colegas, gestores, profissionais de outras áreas. Cada barreira ou cada problema identificado deve transformar-se em “objetivo de intervenção” no plano de atendimento educacional especializado e, com objetivos claros, será possível a proposição de ações. Junto ao aluno, o professor do AEE experimentará várias alternativas de estratégias e recursos para que as barreiras ao aprendizado sejam rompidas e será o próprio aluno que colaborará de maneira definitiva para a escolha dos recursos apropriada à sua necessidade. Certamente, o AEE não é a aplicação de um conhecimento da educação especial que servirá a um aluno, tendo por base a sua deficiência. O AEE não se faz para o aluno e sim com o aluno, ele deve ser o protagonista. Educadores e outros especialistas contribuirão com conhecimentos para a formação do aluno, a fim de que ele possa, com a apropriação destes conhecimentos, utilizá-los em prol de seu desenvolvimento. Assim ele viverá a autonomia. Partindo dessa premissa que coloca o aluno como protagonista das as ações do AEE, passaremos a discutir a composição de uma rede de conhecimentos que poderá se estabelecer, a partir do estudo de casos. A família, se não é, deverá se tornar uma grande aliada do professor do AEE. Muitos conhecimentos e soluções já estão na família, na forma com que ela já vivencia e supera dificuldades de comunicação, mobilidade, alimentação, cuidados pessoais, enfrentamento de barreiras arquitetônicas, etc. Da mesma forma, na manifestação das dificuldades e privações que vivenciam no dia a dia. A família traz outras informações, como por exemplo, a história de vida e desenvolvimento, os profissionais que estão envolvidos na habilitação ou reabilitação do aluno, os tipos de atendimento ou tratamento que fez ou está fazendo, entre outros. Com estas informações, o professor do AEE terá indicações de quais são as pessoas com quem poderá contatar para estabelecer uma rede de apoio. Mas afinal, o que seria esta rede de apoio? Nada mais é do que a equipe de trabalho que atua com o aluno em diferentes momentos. Ela poderá ter, entre os seus integrantes, todos os profissionais da escola, envolvendo gestores, educadores, funcionários, colegas e também profissionais da área de saúde como fonoaudiólogo, neurologista, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, ortopedista. A equipe poderá contar ainda com técnicos de informática, designers, engenheiros, marceneiros. Enfim, a equipe se forma naturalmente a partir da demanda identificada a cada caso. No trabalho de equipe, cada componente apresenta elementos importantes para que se possa conhecer com maior profundidade as necessidades do aluno, do seu contexto escolar e familiar. O conhecimento interdisciplinar ajudará o professor do AEE a propor, junto com o aluno, os objetivos para o Plano de AEE, de forma que estes contemplem suas necessidades, ampliem as suas habilidades, promovam sempre sua autonomia e proporcionem ao aluno com deficiência o acesso aos conhecimentos formais, em igualdade de condições com seus pares. Em rede colaborativa de apoio, todos os atores, cada um na sua ação e espaço específicos, exercem um papel primordial. A escolha, por exemplo, do melhor recurso de tecnologia assistiva que apoiará o aluno nas várias atividades propostas pela escola depende do envolvimento dos diversos atores. Cada rede de ensino pode, a partir de sua realidade, identificar os parceiros para um trabalho colaborativo: ações intersetoriais entre secretarias de educação, saúde e assistência social; apoio das secretarias de obras (visando a acessibilidade urbana e da própria escola); apoio da secretaria de transporte; parcerias com universidades para trabalhos de pesquisa e extensão em diversas áreas do conhecimento como terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, engenharia, arquitetura, informática, entre outros. Para uma melhor compreensão, podemos fazer um ensaio sobre a atuação de alguns dos profissionais que poderão estar envolvidos na rede de apoio. Professores do AEE – primeiramente, este profissional tem a responsabilidade de estabelecer o contato inicial com o aluno, com sua família e com cada profissional das diferentes áreas do conhecimento que entende ser necessário integrar em rede colaborativa de trabalho. Fará a relação com as demais áreas de conhecimento propondo intervenções no âmbito da educação, com foco no potencial do aluno, proporcionando atividades no AEE que possibilitem a ampliação da participação deste aluno nos desafios educacionais e na perspectiva inclusiva. Organizará e estabelecerá os encontros necessários entre os profissionais durante o processo de avaliação e definição do recurso de tecnologia assistiva que servirá ao aluno e, posteriormente, fará a confecção, a adequação de algum recurso já existente ou a solicitação de compra. O professor do AEE discutirá, também, com o professor de sala de aula o seu planejamento sugerindo diferentes estratégias e recursos para cada tarefa a ser realizada. Por meio de formações, grupos de estudo, orientações, entre outros, capacitará os demais profissionais da escola e da comunidade em geral, prioritariamente no próprio ambiente escolar. Professores de sala de aula comum - O professor de sala de aula ao antecipar seu planejamento para o professor do AEE estará exercendo uma prática de compromisso com a aprendizagem de seu aluno e será extremamente importante para o professor do AEE, pois desta maneira o professor do AEE terá entendimento das tarefas a serem realizadas em sala de aula, e assim pode realizar seu trabalho de contra-turno pensando nas possibilidades de materiais tanto para uso do professor quanto para o uso do aluno. Ainda, o professor de sala de aula deve envolver o aluno nas atividades de sala de aula proporcionando condições de aprendizagem, autonomia e independência. Pensar atividades, ou seja, planejar sua aula com o olhar para as diferentes maneiras de aprender, propondo a maior variedade de atividades para um mesmo objetivo de aprendizagem. Colegas - Os colegas de sala de aula são os parceiros de troca e precisam compreender as habilidades e as dificuldades de seu colega com deficiência para que assim possam ter atitudes que não sejam de superproteção, nem de infantilização, mas momentos solidários, participativos e de trocas com respeito ao ritmo deste colega, principalmente nos trabalhos em grupo e nas demais atividades curriculares. Os colegas podem incentivar o uso dos recursos de TA por parte do aluno com deficiência, como também possibilitam a ampliação das habilidades de fala/comunicação e de interação nas brincadeiras do cotidiano escolar. Os colegas proporcionam também os conflitos, os quais são naturais e necessários no processo de desenvolvimento e capacidade de resoluções de problemas. O aluno com deficiência - o próprio aluno é quem precisa conduzir os profissionais demonstrando qual recurso fará a diferença para sua participação na atividade, precisa participar ativamente do AEE, descobrindo e trabalhando seus potenciais para que possa participar com condições de igualdade no ensino regular. Familiares – são eles que possuem as informações de maneira mais articulada e com maior propriedade do desenvolvimento ao longo dos anos tanto relativas à educação quanto a saúde de seu filho, neste sentido podem disponibilizar as informações necessárias para as intervenções por parte dos profissionais tanto da saúde quanto da educação, necessitam entender o funcionamento dos recursos selecionados para uso por parte do aluno para que possam dar o apoio necessário nos momentos extraescolares viabilizando a continuidade do processo nos demais momentos da vida do aluno. Recursos humanos de apoio – Alguns alunos com deficiência física necessitarão apoio específico para funções básicas como, por exemplo, na alimentação, higiene, mobilidade, disponibilização de materiais escolares e recursos de tecnologia assistiva. O profissional de apoio deverá estar atento no sentido de propor as atividades COM e não PELO o aluno, deverá atuar garantindo a maior autonomia e autoria possível deste aluno. O profissional de apoio precisa ter a sensibilidade de estar presente e se ausentar em determinados momentos para dar o espaço necessário ao aluno, para que este enfrente desafios e se sinta motivado a se auto-desafiar. Não é atribuição do profissional de apoio substituir a função do professor regente e nem mesmo dos colegas (atividades colaborativas, recreativas, vínculos de amizade, entre outros). Gestores escolares – Estes têm por responsabilidade a viabilização da política de inclusão em cada escola, conduzir a inserção do tema da inclusão, entre outros no Projeto Político Pedagógico – PPP, primar pelo cumprimento da legislação vigente, realizar a organização geral da escola, a gestão dos recursos financeiros disponibilizados via descentralização municipal e do Governo Federal como em ações do PDE, PDDE, etc. Garantir a declaração deste aluno no censo escolar para que recursos e equipamentos sejam destinados para sua Unidade Educativa de maneira a proporcionar maior qualidade da permanência destes alunos no ensino regular. Gestores da Educação – promover e viabilizar as políticas de inclusão, buscando e destinando recursos financeiros para aquisição de recursos de acessibilidade e de apoio para o aluno com deficiência, garantindo que chegue para o aluno e para sua escola. Levar a compreensão da legislação vigente e viabilização da prática da mesma. Como sugestões para os gestores no âmbito municipal podem indicar: a criação de espaço específico no organograma da secretaria de Educação. Proposição de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) a ser encaminhada para votação na câmara de vereadores de maneira a ter recurso para encaminhar e autorizar a compra de materiais e equipamentos para uso dos alunos com deficiência. Proposição de formações para os profissionais da educação, não somente os do AEE, mas também do ensino regular e apoios escolares, enfim a gestão da inclusão nas escolas. Engenharia, Arquitetura, Design – na efetiva parceria com a educação, podem pensar a engenharia e o design de equipamentos, softwares, recursos de mobilidade e acessibilidade ao conhecimento, tendo com base o desenho universal, e desta maneira estarão contribuindo para a aplicação da tecnologia assistiva na escola. Faz-se urgente as prefeituras buscarem parcerias com as instituições de ensino superior, ou outros cursos técnicos para viabilizarem serviços de tecnologia assistiva mais completos, criativos e que atinjam as necessidades individuais de cada sujeito. Profissionais de saúde/reabilitação (parcerias com serviços públicos, instituições, universidades ou com os profissionais que já atendemos aluno) – Os profissionais da saúde poderão ser solicitados a atuar a cada caso, como por exemplo, na avaliação oftalmológica para verificação de acuidade visual, prescrição de lentes e lupas; na avaliação fonoaudiológica de audição e linguagem; na avaliação da condição motora para especificação de recursos como órteses, próteses, cadeiras de rodas com adequação postural, recursos de mobilidade, entre outros. O conhecimento especializado e a prescrição correta destes recursos, sempre feita com aluno e considerando os desafios reais do ambiente escolar, certamente trarão as condições necessárias e fundamentais para que ele se encontre disponível e em condições de participar e se desenvolver na escola. Para concluir sabemos que, com clareza de aonde queremos chegar, é dado o momento da efetivação de nossas práticas e, para que possamos amenizar a distância entre a qualidade na educação das pessoas com deficiência que temos e a que queremos, devemos perceber que isto depende exclusivamente de cada um de nós, da mudança de nossos olhares e de nossas ações. Fazendo isso, teremos a tranquilidade de participar não, apenas da nossa mudança, mas também teremos a certeza de estar contribuindo para que ocorram modificações num âmbito maior do que dentro dos muros de nossas escolas. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL O Aluno com Deficiência Intelectual: Aspectos a considerar → Identificação das potencialidades; → Importância da deficiência; →Qualidade das interações e da mediação pedagógica; →Repercussão das interações sociais. Aspecto funcional Etapas do desenvolvimento intelectual • Ritmo mais lento de desenvolvimento das suas estruturas intelectuais; • Podem não conseguir finalizar o desenvolvimento das suas estruturas intelectuais; • Os mecanismos da equilibração são os mesmos – esquemas de assimilação e acomodação; • Manifestam, muitas vezes, oscilações (caráter instável) no uso dos seus esquemas; • Dificuldade de representação (pensamento abstrato/abstração reflexiva). Para lembrar... Três fatores importantes: • Os aspectos emocionais tem um papel importante no modo de resolução de problema (Zigler, 2002); • Maior apelo aos recursos do meio ambiente que aos próprios recursos cognitivos (o apoio cognitivo deve estar no ambiente); • Fatores extra-cognitivos podem influenciar os mecanismos operatórios. Observações • Não se pode ignorar/desprezar a importância da inteligência sobre o desenvolvimento; • É importante distinguir os fatores cognitivos dos motivacionais que afetam o desempenho do aluno com deficiência intelectual; Os mecanismos de aprendizagem • Motivação – Atenção- memória Motivação • Alunos com Deficiência Intelectual apresentam um modo particular de resolução de problemas, caracterizado pela extroversão da atenção. Recorrem mais aos recursos externos do que aos seus próprios. (Zigler et al 2002); • Os fatores motivacionais afetam o desempenho de alunos com Deficiência Intelectual. Dentre esses fatores se destacam a qualidade das relações sociais, as interações sociais negativas, a expectativa de fracasso, a dependência dos outros e a baixa auto-estima. Atenção • Alguns alunos com deficiência intelectual apresentam um déficit no nível do reflexo de orientação; • Alguns alunos apresentam muitas dificuldades para focalizar sua atenção sobre os elementos pertinentes para realizarem uma tarefa; Memória • As pessoas com deficiência intelectual apresentam uma fragilidade na memória de curto prazo; • Elas não utilizam espontaneamente as estratégias cognitivas de codificação; Estratégias de ensino • Ensinar é um ato coletivo, no qual o professor disponibiliza a todos os alunos, sem exceção, um mesmo conteúdo; • A variação não é do conteúdo, é da atividade é para provocar a cooperação; • Uso do material concreto de apoio (fichas, letras móveis, livros de literatura, figuras etc) constitui um elemento de suporte importante; • Importante é centrar-se na educação cognitiva e em situações desafiadoras (situação-problema; desafio cognitivo). Avaliação • Observação diagnóstica; observação de processo; observação de produto; • Registros de episódios; • Diário do professor. AUTISMO Transtornos Globais do Desenvolvimento - TGD e Dificuldades de Aprendizagem Autismo infantil: desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes dos de três anos de idade e "apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo” (CID10, 2009). Autismo atípico: TGD que ocorre após os três anos de idade ou que não responde a todos os critérios diagnósticos do autismo infantil. Ocorre habitualmente em crianças que apresentam um retardo mental profundo ou um transtorno específico grave do desenvolvimento de linguagem do tipo receptivo. Síndromes do espectro do autismo (síndrome de Rett) • Descrito até o momento unicamente em meninas. • Caracterizado por um desenvolvimento inicial aparentemente normal, seguido de uma perda parcial ou completa de linguagem, da marcha e do uso das mãos, associado a um retardo do desenvolvimento craniano. • Ocorre habitualmente entre 7 e 24 meses. • A partir da idade de quatro anos manifesta-se uma ataxia (falta de coordenação) do tronco e uma apraxia (dificuldade em executar movimentos espontâneos), seguidas frequentemente por movimentos coreoatetósicos (movimentos involuntários incontroláveis). • O transtorno leva quase sempre a um retardo mental grave. Síndromes do espectro do autismo (síndrome de Asperger) • Transtorno caracterizado por uma alteração qualitativa das interações sociais, semelhante à observada no autismo, com movimentos repetitivos e interesses restritos, mas considerada mais suave que o AC, devido à alta habilidade cognitiva. • A SA diferencia do autismo clássico pelo fato de que não é acompanhada de um retardo ou de uma deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo (CID10, 2009). Autismo (causas) – Não se definiu uma causa do autismo. Autismo (orientações a educadores) - Segundo Mello (2007): • Posicionar o aluno o mais próximo possível do professor; • Dar a ele a oportunidade de ser ajudante do professor; • Fornecer ajuda ao aluno para que possa trabalhar e concentrar-se por períodos cada vez mais longos; • Estimulá-lo a trabalhar em grupo, aprendendo a esperar sua vez; • Elogiá-lo sempre. DEFICIÊNCIA VISUAL A deficiência visual é definida como a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. O nível de acuidade visual pode variar o que determina dois grupos de deficiência: Cegueira - há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita. Baixa visão ou visão subnormal - caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais. Como lidar com a deficiência visual na escola? • A escola pode recomendar aos pais e responsáveis que busquem fazer o exame de acuidade visual das crianças sempre que notarem comportamentos relacionados a dificuldades de leitura, dores de cabeça ou vista cansada durante as aulas. • Compartilhe a organização dos objetos da sala de aula com o aluno, a fim de facilitar o acesso e a mobilidade. Mantenha carteiras, estantes e mochilas sempre na mesma ordem, comunique alterações previamente e sinalize os objetos para que sejam facilmente reconhecidos. • O aluno cego tem direito a usar materiais adaptados, como livros didáticos transcritos para o braile ou a reglete para escrever durante as aulas. Antecipe a adaptação dos textos junto dos educadores responsáveis pela sala de recursos, que deve contar com máquinas braile, impressora e equipamentos adaptados. • A alfabetização em braile das crianças com cegueira total ou graus severos de deficiência visual é simultânea ao processo de alfabetização das demais crianças na escola, mas com o suporte essencial do Atendimento Educacional Especializado (AEE) DEFICIÊNCIA AUDITIVA – PESSOA SURDA É a perda parcial ou total da audição, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibeis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibeis, em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que 91 decibeis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado. Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total. Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da língua oral. É importante lembrar que a perda da audição deve ser diagnosticada por um médico especialista ou por um fonoaudiólogo. Como lidar com a deficiência auditiva na escola? Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). Para isso, recomenda-se que a direção da escola entre em contato com a Secretaria de Educação responsável. No dia a dia, posturas simples do professor em sala facilitam o aprendizado do aluno surdo. Traga- o para as primeiras carteiras e fale com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para a turma, para permitir a leitura orofacial no caso dos alunos que sabem fazê-lo. Dê preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como projeções e registros no quadro negro. Para os alunos com perda auditiva severa ou surdez, a aquisição da Língua Brasileira de Sinais é fundamental para a comunicação com os demais e para o processo de alfabetização inicial. O aprendizado de libras ocorre no contraturno, nas salas de AEE. É importante que professores da escola solicitem treinamento para aprender libras ou peçam o acompanhamento de um intérprete em sala. Isso garante a inclusão mais efetiva dos alunos. SURDOCEGUEIRA A pessoa que tem surdocegueira é aquela que tem uma perda substancial da visão e da audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências, portanto é uma deficiência única. Algumas pessoas com surdocegueira têm audição residual e até a fala, nos casos em que a surdez evoluiu depois de o indivíduo já ter adquirido a linguagem oral (os chamados “pós-simbólicos”). Os casos mais graves são os “pré-simbólicos”, de surdocegueira congênitos ou adquiridos antes da aquisição da linguagem. Estes, sem dúvida, precisam de mais atenção para desenvolver formas alternativas de comunicação. Uma criança com surdocegueira na escola Crianças com surdocegueira costumam apresentar problemas na comunicação e na mobilidade. Podem, também, demonstrar reações de isolamento ou ser hiperativas. Por isso, contar com o atendimento educacional especializado (AEE) é primordial para a inclusão, para melhorar da qualidade de vida da pessoa com surdocegueira e para a orientação dos educadores. É importante lembrar que cada caso é único e cada criança precisa ser estimulada com base em suas habilidades, respeitando-se os tempos de aprendizagem de cada um. Uma das alternativas de comunicação para os surdocegueira pós-simbólicos consiste no sistema Tadoma, também conhecido como “Braille Tátil”. Nessa técnica a pessoa utiliza as mãos para sentir os movimentos da boca, do maxilar e a vibração da garganta do falante, e assim consegue interpretar o que é dito. DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA A deficiência múltipla é a ocorrência de duas ou mais deficiências simultaneamente – sejam deficiências intelectuais, físicas ou ambas combinadas. Não existem estudos que comprovem quais são as mais recorrentes. As causas podem ser pré-natais, por má-formação congênita e por infecções virais como rubéola ou doenças sexualmente transmissíveis, que também podem causar deficiência múltipla em indivíduos adultos, se não tratadas. Uma criança com deficiência múltipla na escola A orientação aos educadores deve ser feita caso a caso, dependendo dos tipos e do grau de comprometimento do aluno. Mais do que a somatória de deficiências, é preciso levar em conta que há consequências nos diversos aspectos do desenvolvimento da criança que influenciam diretamente a sua maneira de conhecer o mundo externo e desenvolver habilidades adaptativas. Ela aponta que é preciso ficar atento às competências do aluno com deficiência múltipla, usando estimulação sensorial e buscando formas variadas de comunicação, para identificar a maneira mais favorável de interagir com o aluno. O QUE É INCLUSÃO? É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro. Que benefícios a inclusão traz a alunos e professores? A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está em garantir a todos o direito à educação. O que faz uma escola ser inclusiva? Em primeiro lugar, um bom projeto pedagógico, que começa pela reflexão. Diferentemente do que muitos possam pensar, inclusão é mais do que ter rampas e banheiros adaptados. A equipe da escola inclusiva deve discutir o motivo de tanta repetência e indisciplina, de os professores não darem conta do recado e de os pais não participarem. Um bom projeto valoriza a cultura, a história e as experiências anteriores da turma. As práticas pedagógicas também precisam ser revistas. Como as atividades são selecionadas e planejadas para que todos aprendam? Atualmente, muitas escolas diversificam o programa, mas esperam que no fim das contas todos tenham os mesmos resultados. Os alunos precisam de liberdade para aprender. E isso vale para os estudantes com deficiência ou não. Como está a inclusão no Brasil hoje? Estamos caminhando devagar. O maior problema é que as redes de ensino e as escolas não cumprem a lei. A nossa Constituição garante desde 1988 o acesso de todos ao Ensino Fundamental, sendo que alunos com necessidades especiais devem receber atendimento especializado preferencialmente na escola, que não substitui o ensino regular. Há outra questão, um movimento de resistência que tenta impedir a inclusão de caminhar: a força corporativa de instituições especializadas, principalmente em deficiência mental. Muita gente continua acreditando que o melhor é excluir, manter as crianças em escolas especiais, que dão ensino adaptado. Mas já avançamos. Hoje todo mundo sabe que elas têm o direito de ir para a escola regular. Estamos num processo de conscientização. A escola precisa se adaptar para a inclusão? Além de fazer adaptações físicas, a escola precisa oferecer atendimento educacional especializado paralelamente às aulas regulares, de preferência no mesmo local. Assim, uma criança cega, por exemplo, assiste às aulas com os colegas que enxergam e, no contraturno, treina mobilidade, locomoção, uso da linguagem braile e de instrumentos como o soroban, para fazer contas. Tudo isso ajuda na sua integração dentro e fora da escola. Estudantes com deficiência mental severa podem estudar em uma classe regular? Sem dúvida. A inclusão não admite qualquer tipo de discriminação, e os mais excluídos sempre são os que têm deficiências graves. Para que o professor saiba o momento adequado de encaminhá-la a um tratamento, é importante manter vínculos com os atendimentos clínico e especializado. A avaliação de alunos com deficiência mental deve ser diferenciada? Não. Uma boa avaliação é aquela planejada para todos, em que o aluno aprende a analisar a sua produção de forma crítica e autônoma. Ele deve dizer o que aprendeu o que acha interessante estudar e como o conhecimento adquirido modifica a sua vida. Um professor sem capacitação pode ensinar alunos com deficiência? Sim. O papel do professor é ser regente de classe, e não especialista em deficiência. Essa responsabilidade é da equipe de atendimento especializado. Não pode haver confusão. Uma criança surda, por exemplo, aprende com o especialista libras (língua brasileira de sinais) e leitura labial. Para ser alfabetizada em língua portuguesa para surdos, conhecida como L2, a criança é atendida por um professor de língua portuguesa capacitado para isso. A função do regente é trabalhar os conteúdos, mas as parcerias entre os profissionais são muito produtivas. Se na turma há uma criança surda e o professor regente vai dar uma aula sobre o Egito, o especialista mostra à criança com antecedência fotos, gravuras e vídeos sobre o assunto. O professor de L2 dá o significado de novos vocábulos, como pirâmide e faraó. Na hora da aula, o material de apoio visual, textos e leitura labial facilitam a compreensão do conteúdo. Como ensinar cegos e surdos sem dominar o braile e a língua de sinais? É até positivo que o professor de uma criança surda não saiba libras, porque ela tem que entender a língua portuguesa escrita. Ter noções de libras facilita a comunicação, mas não é essencial para a aula. No caso de ter um cego na turma, o professor não precisa dominar o braile, porque quem escreve é o aluno. Ele pode até aprender, se achar que precisa para corrigir textos, mas há a opção de pedir ajuda ao especialista. Só não acho necessário ensinar libras e braile na formação inicial do docente. O professor pode se recusar a lecionar para turmas inclusivas? Não, mesmo que a escola não ofereça estrutura. As redes de ensino não estão dando às escolas e aos professores o que é necessário para um bom trabalho. Texto retirado da nova escola de Meire Cavalcante REFERÊNCIAS BARROS, Jussara de. Dificuldades de Aprendizagem. Equipe Brasil Escola. Disponível em: . Acesso em: 03 mar. 2010. BRASIL, 2008. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf> Acessoem: 23 mar. 2010. BEZERRA, A. R. C.; CHALEGRE, C.T.; GUIMARÃES, D. S. L.; CAMILO D. I. S. Intervenção Terapêutica-Ocupacional na Psicose Infantil, 2004. Disponível em: . Acesso em: 02 fev. 2010. CID10 - Código Internacional de Doenças. 10. ed. Disponível em:. Acesso em: 29 dez.2009. CORREIA, Luís de Miranda; MARTINS, Ana Paula. Dificuldade de Aprendizagem: Que são? O que é deficiência visual? | Modalidades NovaEscola http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/deficiencia-visual-inclusao-636416.shtml Deficiência visual | Fundação DorinNowill http://www.fundacaodorina.org.br/deficiencia-visual/

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